Jadna Carla Cabral Sousa Dutra[1]
Marcos Santos Silva[2]
Maria Mary Ferreira[3]
RESUMO
Estuda o mercado
livreiro em São Luís Maranhão, Brasil, analisando o perfil dos livreiros,
estrutura das livrarias, gêneros mais vendidos, assim como as dificuldades
enfrentadas por esse mercado na capital ludovicense. Emprega a metodologia da pesquisa
qualitativa, identificando as variáveis das problemáticas do mercado livreiro e
relacionando-as para elucidar a causa dos acontecimentos, além da utilização de
um roteiro fechado de entrevista que possibilitou a coleta de dados, aplicados
com os sujeitos da pesquisa e a pesquisa in
loco com o intuito de confrontar as respostas obtidas pelos livreiros com a
visão do pesquisador. Apresenta como campo de estudo cinco livrarias de São
Luís, Maranhão, Brasil, escolhidas aleatoriamente, sendo elas: Livraria Leitura
localizada no Shopping São Luís, O Mundo de Sofia situada no bairro do Monte
Castelo, Livraria Cortez, Livraria Paulus e a Livraria do Estudante que estão
localizadas no Centro da cidade. Ressalta que a pesquisa aqui abordada é de grande
relevância para o campo da Historia do Livro, da Tipografia, do Mercado Livreiro
no Brasil, do fomento a leitura e a disseminação da informação através do
suporte “livro”, proporcionando um melhor aproveitamento de sua função
informacional pelos leitores e transformando- os em sujeitos críticos, capazes
de mudar a realidade em que vivem. Mostra a real situação do mercado em nosso Estado
e fornece subsídios para as livrarias/editoras entrevistadas, que poderão
utilizar dos resultados aqui evidenciados para desenvolver melhor e conhecer o
cenário do mercado livreiro na capital, quais são os maiores problemas
enfrentados de modo geral pelas mesmas, quais as vantagens, entre outros
aspectos, visando potencializar suas atividades. Elucida a necessidade do
mercado livreiro no que diz respeito à tomada de outras iniciativas para que os
mesmos fiquem atentos à dinâmica do mercado no Estado para obterem
lucratividade e credibilidade.
Palavras-Chave: Mercado livreiro. História do livro. Livrarias.
Brasil.
RESUMEN
Estudios de
mercado librería en Sao Luis, Brasil, el análisis de los Libreros PERFIL,
Estructura de Bibliotecas, los géneros más vendidos así como las dificultades
enfrentaron como en ese mercado en la capital ludovicense. Emplea una
metodología de investigación cualitativa identificar cómo los problemas de
mercado Librería de variables y relacionarlos párrafo dilucidar la causa de
eventos Además de usar entrevista hum mapa Closed que sea posible una colección
de datos, con los temas de investigación aplicada ea Buscar en el sitio con el
fin de enfrentar como respuestas obtenidas para los libreros con una visión
investigador. Características Cómo estudio de campo de cinco St. Louis
Librerías, Maranhão, Brasil, seleccionada al azar, Y ELLOS: lectura de la biblioteca
ubicada en el Shopping San Luis, El mundo de Sofía Situado en el barrio de
Monte Castelo, Cortez Biblioteca, Librería Paulus ea Estudiante Que Bookstore
estación ubicada en el Centro de la Ciudad. Aspectos más destacados de
investigación Que aquí abordado y de gran relevancia para el campo de la
historia del libro, la tipografía, el Mercado Librería en Brasil, para hacer un
ea promoción de la lectura a través de la difusión de información de soporte
"libro", proporcionando la función informativa TU Aprovechar Mejor
hum por los lectores y convertirlos EN críticos Asunto, capaz de cambiar una
realidad que viven. Muestra una verdadera situación del mercado en nuestro
estado y proporciona información para que Librerías / editores entrevistados,
que pueden utilizar los resultados Aquí se evidencia el párrafo a desarrollar
mejor y saber Mercado librería Escenario en la capital ¿Cuáles son los mayores
problemas que enfrenta generales En el mismo modo, ¿Qué ventajas como, entre
otros aspectos, con el objetivo de impulsar sus actividades. Aclara la
necesidad de la librería mercado sin tener en cuenta a la salida de otras
iniciativas para que esté alerta a la dinámica del mercado sin estado de Pará
alcanzar la rentabilidad y la credibilidad.
Palabras clave: Mercado
Librería. Historia del libro. Librerías. Brasil.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Lindoso (2004) o Brasil apresenta a maior produção
editorial de toda a América Latina, sendo responsável por 50% dos livros
editados no continente latino americano. Com uma produção tão vasta é necessária
uma política efetiva de investimento em educação para que sejam estimulados o
consumo dessas obras e a ampliação da produção das mesmas.
Em São Luís as livrarias atuam na venda de
livros e oferecem uma diversidade de produtos como filmes, artigos de
papelaria, informática, produtos eletroeletrônicos, telefonia, brinquedos, games,
conteúdo digital e viagens, entre outros. Com isso, suas vendas nos últimos
anos cresceram significativamente. As livrarias são importantes para a difusão,
circulação e comercialização de livros e por essa razão buscam sempre otimizar
seus processos visando entreter seus clientes mesclando seus produtos sem
perder o enfoque no livro.
Diante do exposto, essa pesquisa tem como
objetivo geral estudar o mercado
livreiro em São Luís analisando o perfil dos livreiros, estrutura das
livrarias, gêneros mais vendidos, assim como as dificuldades enfrentadas por
esse mercado na capital ludovicense.
Apresenta ainda, como
campo de estudo cinco livrarias de São Luís escolhidas aleatoriamente, sendo
elas: Livraria Leitura localizada no Shopping São Luís, O Mundo de Sofia
situada no bairro do Monte Castelo, Livraria Cortez, Livraria Paulus, e a
Livraria do Estudante que estão localizadas no Centro da cidade,
A análise e avaliação
do mercado livreiro têm como fundamentação teórica os estudos de Lallewell (2005), Braga (2011), Carvalho (2009), Lindoso,
que discorrem sobre temas como: livro e leitura no Brasil, mercado livreiro no
Brasil e no Maranhão. Além desses autores foram consultados documentos
referentes à Metodologia da Pesquisa, e as Normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) a fim de adequar a monografia de acordo a normas
adotadas na Universidade Federal do Maranhão. Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
dada a identificação de variáveis da problemática exposta e relacionando-as
para elucidar as causas dos acontecimentos, buscando encontrar respostas para o
problema investigado. Na pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta um
roteiro de questões fechada aplicados com os sujeitos da pesquisa que
possibilitou a coleta e analise mais detalhadamente da situação dos livreiros e
livrarias de São Luís.
Com este
estudo pretende-se contribuir para os estudos voltados para o referido tema em
nosso estado, bem como para as livrarias/editoras entrevistas, que poderá
utilizar dos resultados aqui evidenciados para desenvolver melhor conhecer o
cenário do mercado livreiro na capital, quais são os maiores problemas
enfrentados de modo geral pelas mesmas, quais as vantagens, entre outros
aspectos, visando potencializar suas atividades.
2 MERCADO LIVREIRO NO BRASIL: alguns apontamentos.
Os primeiros livreiros no Brasil tiveram grande
ajuda dos europeus à medida que conseguiram propagar uma cultura de livros. O
surgimento das primeiras livrarias no Brasil foi uma experiência que deu muito
certo, pois foi criado um mercado no país que não existia. E para crescer não
precisava só de experiências com o comércio, precisava de algo mais para
agradar o leitor.
O primeiro local que comercializou livros
no Brasil foi o Collegio dos Jesuítas, localizado no Morro do
Castelo no Rio de Janeiro entre os séculos XVII e XVIII. (GARCIA, 2010). Esse
também possuía uma prensa de impressão, no qual foram produzidas obras de
grande valor histórico e cultural. Nesse
comércio, era possível encontrar apenas livros de caráter religiosos, por
influencia dos jesuítas, que inseriram o livro na cultura dos então nativos,
sendo propagados aos demais povos que aqui se instalaram no período colonial.
Em São Paulo as tipografias
também se desenvolveram e tornou esse estado um grande centro de livrarias que
temos atualmente. As primeiras livrarias paulistas foram inseridas em seu
cenário urbano. Podemos destacar nesse período a Livraria e Tipografia Correio
Paulistano (1854); a Livraria Garraux (1860); a Teixeira e Irmão (1876), dos
irmãos imigrantes portugueses Antônio Maria e José Joaquim; a Gazeau (1893),
que intercalou a função de livraria e sebo, entre outras. (GARCIA, 2010).
Das livrarias destacadas acima, a Livraria Garraux, antes
denominada Casa Garraux, foi a de maior expressão pela qualidade técnica e
estética das obras que comercializava. A livraria investia fortemente na
divulgação de seus produtos e dos métodos de venda tornaram-na referencia na
época.
Até
a década de 1890, quando surgiram os primeiros concorrentes de peso no mercado
livreiro local, a Casa Garraux foi o mais importante estabelecimento de livros
que a população conhecera. [...] editores e livreiros franceses exerceram
hegemonia durante todo o oitocentismo nos países latino-americanos, com notável
destaque para a Argentina e o Brasil. Prova-o a composição dos livros em um só
catálogo distribuído pela Casa Garraux, de 1866: a parte “portuguesa”, composta
por obras de Direito, Religião, Instrução, Artes e Ofícios, Poesias e Obras
literárias, perfaz 1187 títulos. A francesa, 5.489. (DEAECTO, 2005, p. 15).
A casa Garraux que virou uma
livraria vendia alguns itens de papelaria, vinhos, licores, caixas de biscoito
importados e era fornecedora oficial de artigos para o Governo de São Paulo. Garraux foi o introdutor do envelope de
correspondência na cidade de São Paulo. Retornou para Paris em meados de
1890 onde faleceu em 26 de novembro de 1904. A livraria passou por diversos
donos e fechou as portas por ocasião da Revolução de 1930.
Nesse primeiro momento de instalação das
livrarias no Brasil é notória a influencia de imigrantes que trouxeram suas
técnicas e iniciaram o processo tipográfico em nosso país, bem como as
transformações que as mesmas sofreram no intuito de permanecerem no mercado.
3 MERCADO LIVREIRO EM SÃO LUÍS
O
período de grande desenvolvimento editorial ocorreu nos anos de 1810,
impulsionado pela exportação da produção agrícola que injetou recursos na
fabricação de livros na capital, para investir em técnicas que trouxeram
qualidade e beleza para as obras, além de uma estética impecável que despertou
o interesse de outras províncias. (HALLEWEL, 2005, p. 167).
Com
a produção editorial a todo vapor, São Luís passou a receber escritores
ilustres de grande reconhecimento nacional e internacional, proporcionando a
valorização dos produtos intelectuais aqui produzidos e culminando na expansão
da língua e da literatura, estabelecendo aspectos semelhantes aos encontrados
na corte portuguesa, tanto em nível cultural, quanto em relação às questões
urbanísticas, sendo, por essa razão, simbolicamente intitulada de “Atenas
Brasileira”. (HALLEWEL, 2005, p. 167).
A
trajetória da editoração na capital do Maranhão, embora tardia, está diretamente
enraizada na chegada da Família Real Portuguesa, que transformou a colônia em
uma verdadeira cidade equivalente às da Europa. Tais influências retardaram a
dinamização da imprensa que ficou em segundo plano diante da inflexível
administração vigente que pouco contribuiu para promover a editoração no
Estado.
Segundo Serra (2001, p.21 apud CARVALHO, 2009, p. 45) “[...]
a primeira tipografia que funcionou no Maranhão em 1821, foi mantida pelo
Erário Real – e até 1930 foi a única no Estado. [...]”. Logo após sua chegada
começaram as atividades de produção das obras, fazendo com que esse processo
fosse, efetivamente, divulgado por todo o território maranhense. “[...] São
Luís foi não só o mais importante centro editorial das províncias, e o único de
importância nacional, como também o lugar em que a qualidade do trabalho dos
melhores impressores ultrapassava toda e qualquer realização da corte nessa
época. [...]”. (HALLEWELL, 2005, p. 170).
Após esse acontecimento, a impressão tornou-se legítima, e
as primeiras atividades referentes à tradução de escritos foram sendo
desenvolvidos, tendo como primeiro livro a ser publicado a “Descripção das festas chamadas de barração”,
o primeiro livro produzido pela oficina tipográfica que passou a ser chamada de
Thypographia Nacional Imperial. Todos
esses feitos só foram possível graças ao presidente Bernardo da Silva Pinto,
que investiu em um prelo com a finalidade de elaborar o jornal do governo, O Conciliador do Maranhão. (HALLEWELL, 2005,
p. 170).
3.1 Mercado livreiro em São Luís no atual contexto
O mercado
livreiro no Maranhão apresenta um número considerável de editoras/livrarias que
atendem a população em geral. O estado conta com a Associação
dos Livreiros do Estado do Maranhão (ALEM), uma associação sem fins lucrativos
que reuni e cadastra livrarias localizadas em São Luís e realiza projetos de
Feiras de Livro na capital, estimulando a população a ler e conhecer o universo
editorial.
Em São
Luís, de acordo com os dados obtidos do levantamento de 2011 realizado pela
Biblioteca Nacional contabilizavam 29 editoras cadastradas, fornecendo em sua
maioria livros e artigos de papelaria. No entanto, cadastradas na ALEM totalizam 25 livrarias.
A maioria
das livrarias de São Luís concentra-se entre os bairros do Monte Castelo e o
Centro da capital. Os estabelecimentos em geral oferecem artigos além de livros
caracterizando o cenário das editoras ludovicense como sendo bastante diversificadas. A capital conta também com livrarias especializadas em
uma área do conhecimento como é o caso das livrarias cristãs, por exemplo.
Tem-se
nesse contexto livrarias que apóiam novos autores cedendo os seus espaços para
lançamentos de livros locais e nacionais como é o caso da livraria Leitura que
conta com um ambiente físico e geográfico privilegiado, além de proporcionar o
fomento à leitura, a partir do momento que incentiva novos autores a divulgarem
suas obras, aproxima a população do universo da leitura e os estimulam a
comprarem mais livros.
3.1.1 Perfil dos livreiros em São Luís
Para melhor compreensão dos dados que serão informados
adotou-se a expressão “Livreiro” para caracterizar sobre quais livrarias as
informações se referem. Assim, as identificações das livrarias/editoras serão
sinalizadas da seguinte forma:
Livreiro 1: refere-se a Livraria Leitura Brasil.
Livreiro 2: refere-se a Livraria Vozes.
Livreiro 3: refere-se a Livraria Paulus.
Livreiro 4: refere-se a Livraria Estudantil.
Livreiro 5: refere-se a Livraria Mundo de Sofia
A pesquisa revelou que dos sujeitos entrevistados 80% são
homens e 20% são mulheres como demonstra o Gráfico 1.
Gráfico 1 – Gênero dos entrevistados.
Fonte:
Entrevista da pesquisa de Mercado Editorial em São Luís.
Embora o instrumento tenha destacado que a maior parte dos
entrevistados é do sexo masculino, a observação in loco demonstrou que o mercado de trabalho em editoras/livrarias
é bastante heterogêneo, ou seja, homens e mulheres se interessam em trabalhar
nesse negócio.
No que se refere à faixa etária dos livreiros, 40% estão
entre os 26 a 35 anos, 20% então na faixa que vai dos 36 aos 45 anos, 20% tem
idade de 46 a 55 anos de idade e 20% estão entre 56 a 65 anos.
No quesito religião 100% dos entrevistados informaram serem
católicos o que ratifica a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (2010), onde o percentual de católicos no Brasil
corresponde a 64,6% da população brasileira, e no nordeste esse número aumenta
para 79,9%, ou seja, o Brasil ainda é a maior nação católica do planeta. Em
relação à raça/etnia dos livreiros 40% se reconhecem como brancos, 40% como
pretos e 20% como pardo.
3.1.2 A situação das livrarias de São
Luís e o mercado livreiro.
Ao serem indagados se a livrarias nas quais trabalham
apresentam filiais apenas os Livreiros 4
e 5 responderam que há apenas uma
loja da mesma empresa sendo que as demais informaram que apresentam filiais não
só em São Luís, mas em outros estados e até no exterior.
Livreiro 1: “A central é o da Ilha [Shopping da Ilha] e essa é uma
filial [Leitura Brasil no Shopping São Luís] e tem as duas do aeroporto
[Marechal da Cunha] também e tem pelo Brasil inteiro.”
Livreiro 2: “Em São Luís uma e no Brasil mais de vinte e oito
lojas, tem até em Portugal.”
Livreiro 3: “Tem sim, só
que em São Luís é só essa aqui mas no Brasil todo são vinte e quatro
livrarias espalhadas”.
Podemos inferir que a maioria das livrarias/editoras de São
Luís faz parte de empreendimentos de grande porte como é o caso da livraria
representada pelo livreiro 1, que possui filiais em mais de 25 cidades, sendo que
em cada umas delas apresenta duas ou mais lojas do empreendimento ( em São Luís
são três).
Já a livraria correspondente ao livreiro 2 apresenta,
além das filiais em todas as regiões do país ainda dispõe de lojas em outro
continente, tornando-a mais abrangente no mercado não só nacional, mas mundial.
No que se refere à livraria
representada pelo livreiro 3, além das diversas filiais esta se encontra
integrada a uma Fundação intitulada Família
Paulinas, que tem dois segmentos editoriais, o primeiro que corresponde ao
estudado dessa pesquisa (Paulus) - que abrange produtos voltados para as várias
áreas do conhecimento -e outra editora/livraria voltada,especificamente,para
artigos religiosos (Paulinas). Além dos materiais impressos a Editora Paulinas oferece produtos
digitais, CD’s, DVD’s, etc.
Com relação à ideia dos mesmos sobre como é o mercado
livreiro em São Luís os entrevistados manifestaram as seguintes opiniões:
Livreiro 1: “Hoje em dia
está bem defasado até porque todas as livrarias que tinham antes aqui foram se
degradando acabando e hoje em dia a única que prevalece é a Mundo de Sofria tem
a Performance e a Leitura, que eu sei.”
Livreiro 2: “[...]São Luís é um mercado que oscila muito, até pouco
tempo tinha a livraria Nobel em diversos shoppings, mas a Nobel fechou e chegou
a Leitura pra pegar e ocupar o espaço dela.[...].”
Livreiro 3: “Fraco, muito
fraco, a última Feira do Livro que teve foi em um local péssimo, de péssimo
acesso, assim dificultava o acesso de muitas pessoas e a comercialização dos
livros neste evento que é muito importante para nos livreiros aqui em São Luís,
acho que deveria ter mais incentivo a leitura aqui em São Luís, com esse
incentivo poderia se ter uma melhora no mercado livreiro.”
Livreiro 4: “Esta muito a
desejar, as pessoas não gostam de ler e escrever, o problema das pessoas não é
a falta de tempo, e sim a falta de interesse pela leitura isso torna mais baixa
a visita das pessoas as livrarias para comprarem livros, se os governantes
investissem mais em projetos para leitura esse mercado de venda de livros
poderia ser mais lucrativo.”
Livreiro 5: “Há pouco
incentivo nas escolas aqui em São Luís, as escolas deveriam fazer programas de
incentivo a leitura para que seus alunos visitassem mais as livrarias, assim
melhorando o mercado na venda de livros, o governo poderia dar um pouco mais de
apoio nesses programas.”
As respostas revelam que o mercado editorial em São Luís
passa por um momento de crise impulsionada por diversos motivos que impedem a
permanência das livrarias no mercado, o aumento de leitores e consequentemente,
o aumento das vendas nas livrarias, entre outros pontos que torna o desempenho
dos negócios editoriais em São Luís incerto.
3.1.3 Gêneros
mais comercializados pelos livreiros
Em relação ao gênero mais vendido nas livrarias de São Luís,
Livreiro 1 informou que os livros de literatura são os que mais saem,
enquanto o Livreiro 2 sinalizou as áreas da Educação, Psicologia e
Filosofia como as mais vendidas. Já o Livreiro 3, por ser uma livraria
especializada cristã, tem como maior demanda a Bíblia, enquanto o Livreiro 4
respondeu que os que são mais comercializados são os livros didáticos e os
paradidáticos. Por fim o Livreiro 5 informou que os livros
infanto-juvenis são os mais vendidos em sua livraria.
Ao questionar sobre as maiores dificuldades encontradas no
ramo do mercado livreiro os entrevistados enfatizaram que o custo do frete para
entregar os livros nas livrarias e a falta de incentivo do Estado e do
município são as principais dificuldades encontradas seguidas do alto preço dos
livros, a falta de leitores entre outros.
Ao questionar sobre as maiores dificuldades encontradas no
ramo do mercado livreiro os entrevistados enfatizaram que o custo do frete para
entregar os livros nas livrarias e a falta de incentivo do Estado e do
município são as principais dificuldades encontradas seguidas do alto preço dos
livros, a falta de leitores entre outros como demonstra o gráfico 2.
Gráfico 2– Demonstrativo das compras realizadas pela Prefeitura e/ou
Governo do Estado
em São Luís.
Fonte:
Entrevista da pesquisa de Mercado Editorial em São Luís.
Por fim os livreiros foram indagados sobre a interferência
do governo na venda de livros os mesmos responderam que o governo não altera de
forma expressiva o mercado livreiro na capital.
Os livreiros, em sua maioria não atribuíram qualquer
melhoria em suas vendas à mudança de governo que tivemos recentemente no
Estado, ou seja, a saída da oligarquia que governou o Maranhão por mais de
quarenta anos não interferiu nos lucros das livrarias, o que demonstra que o
posicionamento dos órgãos do governo é o mesmo independente de características
partidárias, embora é claro, tenha que ser considerado o fato de que o governo
está em inicio da mandato.
CONCLUSÃO
Dentre os objetivos da análise destacam-se como resultados
que o mercado livreiro em São Luís é bastante diversificado, apresentando
empreendimentos de pequeno, médio e grande porte. Por essa razão, os mesmos
precisam estar atentos à dinâmica do mercado no estado para se manterem no ramo
e obter lucratividade e credibilidade. Identificou-se também pelos relatos dos
livreiros que o mercado editorial na capital passa por um momento de crise,
onde muitas livrarias descrevem o comércio como “fraco”, “defasado”
e “oscilantes”, deixando a desejar tanto no que se refere a compra de livros
pela população de modo geral, quanto pela falta de incentivo do poder público
em investir mais nesse ramo e criar subsídios para que este se fortaleça na
capital.
Constatou-se ainda que os compradores de livros em São Luís
apresentam gostos por obras de gêneros variados, no qual as bibliotecas se
esforçam para atender a demanda de todos os clientes, oferecendo livros de
todas as áreas do conhecimento. Nesse sentido, a tendência dos gêneros mais
procurados corresponde a uma logística nacional, que se refere aos livros
infatojuvenis e literatura estrangeira, caracterizando o padrão de leitura de
maior expressão em nossa capital.
Em se tratando das dificuldades enfrentadas pelos livreiros
podemos destacar quanto ao perfil dos compradores de livros em São Luís, o que
a pesquisa revelou ser bastante diversificados, pois há uma representatividade
do publico em geral que frequentam e compram livros. No entanto, nenhum dos
livreiros atribuiu o poder público como sendo um dos maiores compradores de
livros, aspecto esse que foi sinalizado por 80% dos livreiros como uma das
principais causas das dificuldades enfrentadas pelos mesmos na capital: a falta
de interesse do Estado em investir no mercado editorial.
REFERÊNCIAS
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Acesso em: 27 dez. 2014.
LINDOSO,
Felipe. O Brasil pode ser um país de
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Summus, 2004.
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