viernes, 16 de octubre de 2015

MEMÓRIA DE UM ESPAÇO EDUCATIVO: COMPREENDENDO A EVOLUÇÃO DE UMA PROFISSÃO


Jaires Oliveira Santos
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFBA, Bahia, Brasil.
Bahia, Brasil.
E-mail:jairesoliveira@gmail.com

Maria Isabel de Jesus Sousa Barreira
Doutora em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação pela UFBA, Bahia, Brasil.
 Professora do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFBA, Bahia, Brasil.
E-mail:isasousa@ufba.br

Fernanda Xavier Guimarães
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Informação da UFBA,
Bahia, Brasil.
E-mail: f_nanda87@yahoo.com.br

RESUMO
A Biblioteconomia como profissão é uma conquista do mundo contemporâneo, entretanto, o fazer da atividade de Biblioteconômica remonta a antiguidade como retrata a literatura, ao mencionar as atividades de Calímaco. Nesse percurso, que perpasse da Antiguidade até os dias atuais, a ação desses profissionais garante a organização, tratamento, preservação e disseminação do conhecimento socialmente produzido pelo homem. A competência secular para organizar, tratar e disseminar a informação, evoluiu com a própria história do conhecimento, com a explosão informacional do século XX, e, a democratização do acesso a informação. Vale ressaltar que a demanda informacional fez com que a profissão e o profissional se adequassem a cada inovação surgida no seio da sociedade, sendo o seu perfil constantemente transformado para atender os anseios dos usuários da informação. As atividades inerentes ao profissional bibliotecário obtiveram reconhecimento a partir do século XVII, quando o livro ultrapassou o limite do uso restrito para ganhar uma nova configuração e importância social na formação do conhecimento. Na perspectiva deste estudo, buscou-se compreender o espaço de memória ocupado pelos Bibliotecários formados na Universidade Federal da Bahia entre os anos de 1980 a 2012. Nessa direção, lançou-se um olhar sobre alguns aspectos relacionados à formação e atuação profissional, a fim de compreendê-lo enquanto sujeito da memória individual e coletiva responsável pela mediação do conhecimento humano. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados fontes primárias que integram a memória institucional, tais como livros de atas de colação de grau, assim como, três livros comemorativos, referentes aos 40, 50 e 60 anos da antiga Escola de Biblioteconomia e acervos fotográficos relativos à trajetória da Instituição. A pesquisa caracteriza-se como exploratório documental, pretendeu percorrer as trilhas da memória institucional, onde transitaram pessoas, anseios, sonhos, crises, e, um desejo comum de adquirir uma formação profissional para exercer uma carreira.

Palavras-chave: Bibliotecários. Memória Institucional. Espaço educativo. Biblioteconomia Baiana.

1 INTRODUÇÃO
A Biblioteconomia enquanto profissão é uma conquista do mundo contemporâneo, entretanto, há registros das atividades inerentes à práxis biblioteconômica desde à idade antiga, mencionando as atividades de Calímaco, reconhecido como primeiro bibliotecário da história. Nessa trajetória, que vai da Biblioteca de Alexandria, passando pelas bibliotecas das ordens religiosas da Idade Média, até os dias atuais, a ação desses profissionais garante a organização, tratamento, preservação e disseminação do conhecimento socialmente produzido pelo homem.
A competência secular para organizar, tratar e disseminar a informação, evoluiu com a própria história do conhecimento, com a explosão informacional do século XX, e, a democratização do acesso a informação. Vale ressaltar que a demanda informacional fez com que a profissão e o profissional se adequassem a cada inovação surgida no seio da sociedade, sendo o seu perfil constantemente transformado para atender os anseios dos usuários da informação. As atividades inerentes ao profissional bibliotecário ganharam reconhecimento a partir do século XVII, quando o livro ultrapassou o limite do uso restrito para ganhar uma nova configuração e importância social na formação do conhecimento.
Na perspectiva de compreender o espaço de memória  ocupado pela biblioteconomia, a pesquisa buscou identificar e analisar o percurso formativo do bibliotecário graduado na Escola de Biblioteconomia e Documentação, atual Instituto de Ciência da Informação, da Universidade  Federal da Bahia (ICI/UFBA) ao longo dos seus 70 anos de história. Em razão da exigüidade de tempo, realizou-se um recorte temporal, a fim de  possibilitar a execução do estudo. Desse modo, o período escolhido se estendeu entre os anos de 1980 a 2012, pautado no conjunto das informações oriundas de documentos existentes no ICI,  bem como aquelas prestadas pelo Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB 5).  Os dados foram obtidos por meio de questionários aplicados junto aos bibliotecários.
A investigação revisitou a própria identidade profissional baiana, tanto individual como institucional. Para tanto, buscou-se na literatura, subsídios que tratam do processo de formação do profissional bibliotecário bem como aqueles que tangenciam a memória individual e coletiva, atreladas à memória institucional. Utilizou-se como ferramental de trabalho, os recursos informacionais de fontes primárias que integram a memória institucional, tais como livros de atas de colação de grau, onde estão registrados os nomes de todos os formandos no período investigado.
Tal pesquisa, com base em um estudo exploratório documental não pretendeu ser definitiva, mas sim sugerir a relevância prática de percorrer as trilhas da memória institucional, onde transitaram pessoas, anseios, sonhos, crises, e, um desejo comum de adquirir uma formação profissional para exercer uma carreira.
De todo o mosaico de elementos integrantes da memória institucional no contexto analisado (documentos, imagens, livros comemorativos, e eventos), o profissional bibliotecário é o ator social – um agente da memória - responsável pela organização, tratamento e disseminação da informação e as bibliotecas espaços privilegiado de memória social.
2 A PROFISSÃO DE BIBLIOTECONOMIA: CONTEXTO HISTÓRICO
A Biblioteca de Alexandria, no Egito, a mais famosa da antiguidade, criada no século III a.C. se constituiu no grande marco da história das bibliotecas da Antiguidade, chegando a reunir cerca de 700 mil volumes de manuscritos. Ela compreendia dez grandes salas e ambientes separados para os consulentes. Nesse espaço de memória, coube ao bibliotecário Calímaco, a tarefa organizar o conhecimento ali disposto, por meio de técnicas biblioteconômicas (ordenação por assunto e por ordem alfabética), para de torná-lo acessível e de fácil manuseio.
Na Idade Média, a evolução social ampliou e diversificou esses espaços de guarda de conhecimento, surgindo bibliotecas dos mosteiros e de ordens religiosas diversas, as bibliotecas das universidades e as bibliotecas particulares, quase sempre pertencentes aos reis, nobres ou grandes senhores (MARTINS, 2002, p. 82). Estas últimas constituem a origem das bibliotecas nacionais e representavam símbolos de poder e acúmulo de conhecimento para a minoria que possuía o privilégio de acessá-las e consultar seus acervos.
Desde o surgimento das bibliotecas até o período da Renascença, os guardiões da memória eram sacerdotes ou figuras das classes dominantes. Não gozavam de um status social como bibliotecários, tal como hoje configurado. Eles viviam confinados em mosteiros e trabalhavam em suas bibliotecas, preocupados em salvaguardar o acervo e realizar a reprodução – cópia - das obras. Neste período, era denominado “copista” por reproduzir as obras, dando origem ao termo cópia, hoje amplamente usado. Martins (2002, p. 235) ao contextualizar a profissão do bibliotecário, apresenta duas fases distintas: uma que vai “[...] da Renascença até meados do século XIX” período em que “o bibliotecário é um profissional contratado por instituições particulares, sem formação especializada, quase sempre um erudito ou um escritor a quem se oferecia oportunidade de realizar em paz a sua obra, livre de preocupações materiais”, e  outra que se inicia na segunda metade do século XIX, quando segundo Martins (2002, p. 235),

[...] o estado reconhece o bibliotecário como representante de uma profissão socialmente indispensável. Nesta segunda fase, o sistema de confiar as grandes bibliotecas a escritores e eruditos, sem formação técnica ainda continua por algum tempo, logo aparecerá, por força da própria  especialização, a necessidade de fazer do bibliotecário um funcionário especificamente treinado para as suas funções.

 A evolução tecnológica propiciada pelo avanço cientifico e tecnológico do século XX possibilita a diversificação dos suportes informacionais e com isso a ampliação dos acervos que agora conta com multimeios, filmes, CDs, DVDs, fotografias, além dos tradicionais periódicos, revistas, jornais e os livros.
A institucionalização da biblioteconomia no Brasil remonta a vinda da família real portuguesa em 1808, trazendo, entre outras coisas, o acervo original pertencente à Biblioteca da Corte Portuguesa, os quais posteriormente integram-se a Biblioteca Nacional.  A instalação de uma biblioteca no Brasil demandou a necessidade de criação de um curso para capacitar os profissionais que ali iriam atuar.
Assim, com um lapso temporal de mais de 100 anos desde a chegada da Família Real, nascia o primeiro curso para formação do profissional bibliotecário no país. Este foi concebido em 1911, mas só teve início efetivamente em 1915, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, funcionando até 1923 e objetivava formar profissionais com perfil de cultura geral, que contemplasse as diversas áreas do conhecimento, evidenciando a influência, da cultura erudita Européia.
O crescimento da Biblioteconomia ocorreu de forma gradativa e relacionado com o contexto educacional do país. Sobre esse processo evolutivo no Brasil, Job e Oliveira, (apud CASTRO, 2006) dizem que: “De 1911 até os anos 40 foram criados quarenta e dois cursos, dos quais alguns desapareceram, outros surgiram nos anos posteriores, abrangendo 20 Estados e o Distrito Federal.”  Esse cenário cria condições para que a classe una forças e propicie o surgimento de instituições voltadas a defesa dos profissionais bibliotecários, a exemplo da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) em 1959. (FEBAB, 2012)
Em seguida, uma conquista importante que vai definitivamente sedimentar a profissão no Brasil foi o reconhecimento legal em 30 de junho 1962, com a promulgação da Lei 4 098, complementada pela Lei 9 674, de 25 de junho de 1998, que regulamenta o exercício da profissão. Dentre as exigências estabelecidas pela lei está a do registro profissional no Conselho Regional de Biblioteconomia, para que o bibliotecário possa exercer legalmente a profissão.
Na Bahia, o primeiro curso de Biblioteconomia foi idealizado em 1942, por Bernadete Sinay, na Escola da Politécnica, onde a mencionada bibliotecária trabalhava. Ressalta-se que após realizar diversas viagens a fim de se especializar, inclusive ao exterior retorna à Bahia, promove a fundação da Escola de Biblioteconomia, que posteriormente foi integrada à Universidade da Bahia (CASTRO, 2000).
A visibilidade da biblioteconomia na sociedade baiana, hoje está muito atrelada não só ao curso superior, mas também aqueles que o representam como atores sociais, que fazem do curso a realidade do seu cotidiano sendo verdadeiros mediadores entre os acervos e o público usuário. Pode-se afirmar que o processo de destacar a biblioteconomia baiana, é do tipo colaborativo e coletivo, na medida em que cada bibliotecário desempenha o seu papel como um ator social mediador do conhecimento, da informação e da cultura. É nessa perspectiva que a Escola de Biblioteconomia da Bahia constitui-se como um lócus de memória individual e coletiva de uma profissão, onde sujeitos sociais foram educados para desempenhar uma profissão.
3 MEMÓRIA INSTITUCIONAL: ASPECTOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Etimologicamente, a palavra memória vem do latim menor e oris que significa “o que lembra”. No âmbito individual a memória tem sido considerada como uma capacidade não só de reter informações atuais, como de armazenar e conservar certas informações ao longo do tempo. Le Goff (1996, p. 423), ao abordar a memória individual, ressalta que é através dela que “o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas”. Schacter (1999) define a memória como “um telescópio apontado ao tempo”. Inserida neste contexto, está o conceito de memória individual que entrelaça-se com o conceito de memória coletiva, conforme (HALBWACHS, 2006, p. 69) afirma:

[...] diríamos que cada memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva, que este ponto de vista muda segundo o lugar que ali ocupo e que esse mesmo lugar muda segundo as relações que mantenho com outros ambientes.

Para Peter Burke (2000), a memória tem uma função de fonte histórica, onde o historiador analisa a confiabilidade do que é relembrado -via cruzamento com outras fontes e da fluência da história oral. Então surge o fenômeno histórico, ou seja, uma “história social do lembrar.” Burke (2000) extrapola o conceito de memória oral e particular e menciona as funções de uma memória social. Nesse contexto, Burke (2000) faz correlações interessantes como a contraposição entre memória social e amnésia estrutural (onde o esquecimento tem a finalidade de imposição, interesses políticos e anti-democráticos), o autor também apresenta a relação entre lugar e memória (no âmbito da construção da identidade nacional), ou, o que ele define como “comunidades de memória.”
No âmbito da memória social onde a universidade está inserida, emerge ainda o conceito de memória institucional, explorada no contexto dessa investigação. A memória institucional foi definida por Costa (1997, p. 153) como

[...] um elemento primordial no funcionamento das instituições. É através da memória que as instituições se reproduzem no seio da sociedade, retendo apenas as informações que interessam ao seu funcionamento. [...] um processo seletivo que se desenvolve segundo regras instituídas e que variam de instituição para instituição. E as informações relevantes para a recuperação da memória institucional devem ser, por isso, buscadas não apenas nos materiais e fontes internas, mas fora dos muros institucionais. A memória institucional está em permanente elaboração, pois é função do tempo.

É a partir dessa perspectiva, que esse estudo centra seu foco para compreender o bibliotecário enquanto sujeito de memória, partícipe de um processo de formação profissional. Nos seus estudos, Costa (1997) afirma que são os próprios indivíduos os agentes e ativos construtores que fazem a memória da instituição, no espaço e no tempo presente. Essa construção memorial é espelhada nos registros dessa trajetória social e história, nos registros e lembranças que se tem no presente de eventos, dos acertos e desacertos, das diferentes ideologias, das crises, conflitos que são lembrados pela memória individual e coletiva, em construção no tempo presente, como corroborado nesta frase da pesquisadora: “[...] precisamos construir uma memória institucional no tempo presente, o único de que dispomos, já que o passado já passou, e o futuro está em nossas mãos.” (COSTA, 1997, p.155)
O conceito de memória institucional, apresentado por Costa (1997), espelha a presente proposta, no escolher como fontes primárias de pesquisa, os dados pessoais de bibliotecários graduados que estão registrados nos livros e atas pertencentes à Escola de Biblioteconomia, atual ICI/UFBA, ao logo dos 70 anos de fundação da instituição, com um recorte temporal no período de 1980 a 2012.
4  APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
            As informações coletadas nessa pesquisa foram a priori, tabuladas, tratadas quanti/qualitativamente e a partir daí chegou-se a um mapeamento do perfil do profissional egresso no curso de Biblioteconomia UFBA.
            A categoria perfil profissional abarca as questões relacionadas ao gênero, ano de conclusão do curso, tempo de atuação na área, a motivação para a escolha do curso e a preocupação com a educação continuada, buscando compreender a correlação que se estabelece na formação da identidade-memória de cada profissional egresso no período estudado. A análise dos dados evidencia que o gênero predominante continua sendo feminino (80%). Esse resultado reafirma os obtidos nos estudos de Martucci (1996), ainda que se observe a crescente inserção de homens neste mercado de trabalho.
            Para situar o sujeito no espaço institucional de formação profissional, se buscou identificar o período de conclusão do curso de graduação. Os dados evidenciaram que 43% dos egressos participantes desta pesquisa finalizaram sua formação acadêmica após os anos 2000, os demais em anos que antecederam essa data.
Os dados revelaram que 60% da amostra está no mercado de trabalho há mais de 11 anos, demonstrando uma experiência considerável no exercício profissional dos bibliotecários investigados.
As escolhas profissionais quase sempre provocam indecisões e por vezes são influenciadas por sujeitos que fazem parte do contexto social vivenciado. Desse modo, a motivação para a escolha do curso de biblioteconomia foi uma questão levantada no estudo, a fim de compreender as influências que determinaram a trajetória profissional. Relembrar as circunstâncias que determinaram a escola profissional consiste em um modo de estabelecer relações entre si e outros indivíduos para construção da memória individual e coletiva. A pesquisa evidenciou que a maioria dos egressos (56,7%) escolheu a profissão por determinação própria. Curiosamente, a influencia do professor não foi considerada pelos participantes, o que leva a crer que os professores do ensino médio pouco conhecem esse profissional e, portanto não influencia nem incentiva os alunos a cursarem o referido curso. Nesse sentido, talvez seja necessário ações mais contundentes por parte do curso de Biblioteconomia nas escolas, a fim de tornar esta uma profissão conhecida no âmbito da instituição educacional. Destaca-se nessa trajetória, de acordo com os dados que a influência de amigos foi relevante para a escolha profissional, levando a crer que a memória individual é influenciada pelas inter-relações estabelecidas com outros sujeitos sociais.
A pesquisa buscou também identificar a realidade dos participantes no que se refere à sua preocupação com a educação continuada (Especialização, Mestrado, Doutorado, e outra Graduação). Os dados demonstraram que os profissionais investigados preocupam-se com a capacitação profissional, uma vez que 71% cursaram Especialização, buscando aprimorar seus conhecimentos. Nesse sentido, Prosdócimo e Ohira (2000) ressaltam que “a Educação continuada prepara o indivíduo para executar melhor aquilo que já realiza, focalizar o como fazer, capacitando-o para atuar na realidade atual como também, para o futuro.” Por outro lado Valentim (2002) enfatiza que a responsabilidade de capacitar após sua saída da escola, é papel do próprio profissional. Há de se ressaltar, que desse total existe ainda aqueles que cursaram mestrado e doutorado (16%, 3%) respectivamente, reforçando a crença de que os egressos do curso do curso de Biblioteconomia no período analisado procuram efetivamente qualificar-se para atender as exigências do mercado de trabalho.
Cabe salientar que neste processo é relevante que os cursos de Biblioteconomia ofereçam regularmente cursos de extensão e especialização, além daqueles voltados à pós-graduação stricto sensu - mestrado e doutorado, a fim de oportunizar os egressos ampliar sua formação por meio da Educação continuada. (CUNHA, 1984).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A memória institucional, muito além de um mero conceito emergente correlacionado à memória coletiva de Halbwachs (2006), é um processo de construção, individual e coletivo, além de colaborativo que rompe os limites dos muros de uma instituição do porte da UFBA tocando a opinião pública da sociedade. Esse dinamismo inerente à memória institucional está relacionado diretamente com a temática da presente investigação ajudando a compor um panorama, em constante evolução, da biblioteconomia baiana e um perfil de seus atores sociais, os profissionais bibliotecários.
A relação identidade -memória pode ser vislumbrada na trajetória individual da formação de cada profissional que passou pela instituição. O modo como as ideias são estruturadas na memória individual e o modo como ela é transmitida aos outros, impacta no processo de construção da memória institucional, se construindo num ato contínuo. Pelo estudo realizado, infere-se que a identidade-memória ocupa um tempo e um espaço, inclui a própria instituição educacional, seu corpo docente e discente, os funcionários e colaboradores.
Vale mencionar a perenidade institucional, na qual as pessoas vêm e vão, chegam a desaparecer da instituição, mostrando o seu lado transitório; entretanto, a instituição se eterniza na proporção da continuidade dos serviços relevantes de ensino superior que ela presta à comunidade.
O presente estudo não pretende esgotar a temática ora apresentada, nem tão pouco que os resultados da análise dos dados sejam conclusivos, pois eles representam o resultado de um olhar sobre o universo amostral pesquisado de bibliotecários, formados entre o período de 1980-2012.
Numa perspectiva geral o trabalho, pretende-se ampliar a reflexão sobre o perfil do profissional formado pela Escola de Biblioteconomia e Documentação (ICI) da UFBA no sentido de incentivar a elaboração de novas pesquisas sobre a temática ora investigada.
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